As tendências e o esgotamento da criatividade
Não precisa ser nenhum especialista em mercado cervejeiro para imaginar que as cervejas leves são mais lançadas durante o verão e as mais alcoólicas chegam às lojas e PDVs no inverno.
Normal, é uma lógica que aparentemente é simples, não fosse o fato de vivermos em um país, que na maioria do seu território, não tem as estações do ano muito bem definidas.
Brinco sempre que as vezes, o inverno cai na quarta, as vezes cai no sábado; não temos essa regra climática, para o bem ou para o mal.
Nesse verão que está acabando, chegaram tantas sours que não foi possível ter todos os lançamentos por aqui, pelo simples fato de não caber nas prateleiras ou geladeiras, olha que loucura isso!
Da mesma forma, no ano passado recebemos dezenas de pastry stouts, todas muito próximas, trocando um ou outro tempero.
Fossem somente as questões climáticas relevantes, não teríamos cervejas como a Abyssal da cervejaria cearense 5 Elementos, nem as extremas cariocas da cervejaria Quatro Graus ou as excelentes e leves Catharinas Sours que foram criadas originalmente em Santa Catarina.
Escolhemos uma cerveja leve para um dia quente ou uma cerveja mais alcoólica para uma noite fria, mas os consumos não são excludentes, ou seja, inicio uma refeição com uma cerveja leve, sigo com as escolhas para harmonizar com os pratos e finalizo com uma cerveja bem alcoólica, em qualquer estação do ano.
Nesse sentido, cervejas alcoólicas como Dopplebock e Barley Wine não param nas prateleiras quando são lançadas fora do inverno, vai dizer que recusaria uma Session IPA ou uma Bohemian Pilsner só porque não está em um dia de sol intenso? Não né.
O mercado vive de tendências, mas sempre teremos as exceções.
Mais cerveja, menos frescura.