O copo certo para cada cerveja
Copos, taças, canecas como escolher e quanto essa escolha interfere no resultado da degustação e do sabor?
Nas minhas aulas de serviço, principalmente quando falamos de enxoval, uma das minhas primeiras frases é: – me desculpem por arruinar boa parte da ilusão de serviços que vocês carregam.
Há quem acredite que um copo altere o sabor da cerveja, mas perceba que acreditar que isso é real é a mesma coisa que acreditar que um prato altera o sabor de uma receita, não altera. O que muda é a experiência, você poderá tomar uma sopa de garfo, o sabor é o mesmo, a experiência não.
O conceito de taças e copos especiais para os determinados de cervejas é novo, de fato o mundo das cervejas especiais é relativamente novo, principalmente se compararmos com o mundo dos vinhos, que além de ser mais antigo já traz há muito tempo uma relação com a gastronomia.
Vale traçar um paralelo entre questões técnicas de degustações e interesses de marketing. À partir do momento em que cada cervejaria usa a sua taça própria, que é diferente das outras, mas é indicada para o mesmo estilo alguma coisa está errada. Vale a experiência de provar no copo da marca.
Os grandes e refrescantes goles
Excluindo questões de marketing limitamos o serviço à 3 tipos de copos, o primeiro é o grupo dos copos de boca larga, indicado para cervejas que tomamos em grandes goles. Vamos listar, por exemplo: pints, calderetas, canecas, stange, bota, pokal e o nosso espetacular brasilian pint chamado de copo americano.
As cervejas que tradicionalmente servimos nesses copos são Pilsners, IPAs, APAs, as Pale Ales inglesas e cervejas de grande drinkability de uma forma geral. Já há no mercado o IPA glass desenvolvido com o propósito de reforçar a formação de espuma à cada golada, as notas do lúpulo ficam muito mais evidenciadas se comparadas com os tradicionais pints.
A tradição alemã
O segundo e mais óbvio é o copo weizen glass ou copo para cerveja de trigo, tem o tamanho exato para receber uma cerveja de trigo no padrão alemão, com os sedimentos depositados no fundo das garrafas e ainda ter espaço para formar uma linda espuma cremosa que coroa o copo.
As cervejas complexas
No terceiro grupo colocamos as taças, por exemplo golblet, tulipa, snifter, flute, cálice, thistle, e o nosso super coringa: a taça de vinho. Nesses casos a cerveja servida é consumida em goles menores, evoluindo quando ganha temperatura e trazendo notas diferentes nos aromas e sabores. Os melhores exemplos: Barley Wine, RIS, Old Ale, Bock e DoppleBock, Malt Liquor, Wee Heavy, Belgian Tripel e Belgian Dark Strong Ale.
Para uma análise sensorial
Uma última questão deve ser levantada, à partir do momento em que qualquer uma dessas taças ou copos é usado e é preenchida com o líquido da felicidade até a boca todos os copos se tornam iguais, ou seja para fazer uma análise ou degustação utilize ou a taça iso, uma Teku ou a uma taça de vinho, mas sirva cerca de 1/3 da capacidade, no máximo. Dessa forma os aromas poderão se apresentar mais concentrados; a cor, assim como a turbidez estarão com uma avaliação precisa e você poderá aproveitar ao máximo a questão da avaliação.
Mas para tomar sem compromisso o mais importante é beber da forma que você mais gosta, escolha a cerveja, a companhia, o copo e vá ser feliz.
Mais cerveja, menos frescura.